Na última semana, cerca de 200 pessoas transformaram-se em ninjas da compostagem!
Achas pouco? Ainda mais 800 serão capacitadas nas próximas semanas. Este sucesso incrível da Escola a Compostar não era nada além de um sonho distante há um ano, e nunca imaginei que iria promover uma iniciativa tão relevante e com tamanho alcance.
Para quem não me conhece, meu nome é Carolina e sou CEO e co-fundadora da Mudatuga, alguns nomes bonitos para dizer que eu faço de tudo um pouco e que não tenho finais de semana há algum tempo. Quem é empreendedor, sabe muito bem essa sensação de sentir que nunca se consegue parar.
Quando a Mudatuga iniciou o seu processo de incubação em 1 de outubro de 2020, com o apoio do Startup Voucher, eu nunca imaginei que poderíamos crescer tanto em tão pouco tempo. Havia poucas mãos disponíveis para o trabalho, muitas incertezas e MUITOS biorresíduos a serem enviados a aterros sanitários.
Em 2019, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, cerca de 60% dos resíduos sólidos urbanos de Portugal tiveram como destino final um aterro sanitário.
É de facto um fim muito triste para um recurso tão valioso!
Conforme a Mudatuga ia avançando, os convites para contribuirmos com o nosso conhecimento multiplicavam-se: palestras, oficinas, painéis de discussão, seminários em Universidades, colaborações que nunca esperávamos conseguir, e centenas de mensagens nas redes sociais de pessoas com dúvidas sobre compostagem. Entrámos em concursos de inovação que não ganhámos, entrámos em competições de clean-tech que felizmente ganhámos.
O alcance das postagens crescia, e a cada vez mais ficava claro o que eu precisava de fazer: criar uma forma de poder chegar a toda a gente em Portugal e provar que a compostagem pode ser feita em qualquer lado, com ou sem equipamentos, e que não custa caro nem gera odores desagradáveis nas nossas casas.
Fazer um planeamento estratégico para executar esse plano não é de todo fácil, ainda por cima quando temos poucos recursos disponíveis e falta sensibilização da população em geral para o problema. Uma das ideias que surgiu ao longo do caminho foi uma “Escola” democrática, acessível e muito completa, em que todas as pessoas poderiam tirar todas as dúvidas e criarem conexões umas com as outras, tornando-se então multiplicadores desse conhecimento. É literalmente preciso “um batalhão” de pessoas para tamanha missão. Um batalhão de ninjas da compostagem, e foi assim que nasceu a Escola a Compostar.
Este projeto foi co-criado com as incríveis mulheres da Zero Waste Lab e com o André Maciel, das Hortas Lx. Nós sabíamos que precisaríamos de muito apoio para executá-lo e torná-lo realidade!
Em menos de uma semana após abrirmos as inscrições, já havia mais de 500 inscritos para a Escola! Imaginem o nosso espanto, visto que esse era o objetivo total da iniciativa. Hoje, já passámos das mil pessoas, e abrimos o acesso das sessões virtuais a qualquer um que ainda se queira inscrever. As sessões práticas infelizmente estão todas lotadas, mas nós vão vamos parar por aqui.
Com o sucesso da Escola a Compostar, com o crescimento da Mudatuga e do movimento dos ninjas da compostagem, já estamos a pensar em dezenas de outros projetos, e já temos muitos deles a serem semeados. A nossa visão é, desde o princípio, um país com zero biorresíduos nos aterros, e não vou descansar até chegarmos lá.
Outro dia perguntaram-me o que queria dizer “ser ninja em compostagem”, e respondi que era cuidar do equilíbrio de matéria seca, zelar pelas minhocas, dentre outras habilidades de quem faz compostagem. Hoje, acredito que os verdadeiros ninjas faixa preta em compostagem são aqueles que estão a participar deste movimento em cadeia e a espalhar por todo o lado a palavra: fazer a nossa parte e cuidar dos nossos biorresíduos é simples e é para toda a gente.
Queres saber mais? Acede a www.escolaacompostar.pt
